Ele estava internado desde o último dia 25 no Hospital Sírio-Libanês.
Um câncer de base de língua havia sido diagnosticado em abril.
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| Abril de 2004 - O jornalista Ruy Mesquita participa da cerimônia de entrega do Prêmio Personalidades da Comunicação 2004, no Centro de Convênções, em São Paulo (Foto: Tom Dib/Futura Press/Arquivo) |
Morreu na noite desta terça-feira (21), aos 88 anos, o jornalista Ruy Mesquita, diretor de "O Estado de S. Paulo", de acordo com informações do próprio jornal. Ele estava internado desde o dia 25 de abril no Hospital Sírio-Libanês, no Centro de São Paulo. Os médicos haviam diagnosticado, em abril, um câncer na base de língua.
Ele chegou a fazer uma cirurgia para retirada de câncer de boca descoberto há 40 dias. Os médicos, no entanto, não conseguiram conter o avanço da doença. Segundo a assessoria do hospital, Ruy Mesquita morreu às 20h40 desta terça-feira.
Ruy Mesquita era da terceira geração de uma das mais tradicionais de jornalistas do Brasil e por mais de 60 anos esteve na linha de frente do jornal “O Estado de São Paulo”, conhecido como “Estadão”. O “Dr. Ruy’, como costumava ser chamado, ocupava o cargo de diretor de opinião do “Estadão” e, nos últimos anos, era o responsável direto pelos editoriais do jornal, considerados entre os melhores da imprensa brasileira.
Fundado em 1875 com o nome de “A província de São Paulo”, o “Estadão” é um dos jornais mais antigos e de maior influência no país e, por muitos anos, foi apontado como conservador, embora Ruy Mesquita gostasse de defini-lo como uma publicação de ideias liberais e democratas.
Filho de Julio de Mesquita Filho e neto do patriarca Julio Mesquita, ele nasceu em 16 de abril de 1925 e cursou a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), mas trocou os estudos jurídicos pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Ao lado do pai, Julio de Mesquita Filho, e já como jornalista, apoiou o golpe de 1964, mas a família rompeu como regime no ano seguinte, quando as eleições foram canceladas. O Estadão foi o primeiro alvo da censura prévia. Em 1968 chegou a ter a edição apreendida. Os jornais do grupo - entre eles, o Jornal da Tarde, fundado por doutor Ruy em 1966, entraram para a história do jornalismo ao desafiar os militares com a publicação de poesias e receitas no lugar de textos censurados.
Nos anos 1970, a construção da nova sede na Marginal Tietê, em São Paulo, deixou o grupo em dificuldades financeiras, contornadas apenas anos depois. Em 1996, após a morte do irmão Júlio de Mesquita Neto, doutor Ruy assumiu a direção do Estadão. Tornou-se nos últimos anos responsável direto pelos editoriais do Estadão, considerado entre os melhores da imprensa brasileira. Alguns destes editoriais ele mesmo escrevia.
Fonte:G1.COM
