Dificuldades na preservação
A iniciativa, que comemora 24 anos, monitora aproximadamente 3.000 aves, que vivem em cerca de 455 ninhos espalhados por 57 fazendas, situadas nas regiões de Miranda e Aquidauana e nos municípios de Bonito e Jardim, no Mato Grosso do Sul. A base é o Refúgio Ecológico Caiman de propriedade do empresário Roberto Klabin.
Boa parte dos ninhos está localizada em regiões de difícil acesso e para facilitar o trabalho a equipe de biólogos utiliza picapes cedidas pela Fundação Toyota. Para analisar os ovos e registrar o nascimento de novos filhotes, os biólogos usam técnicas de rapel para chegar aos ninhos, que ficam a uma altura entre 15 e 20 metros. Ninhos artificiais foram instalados em árvores para ajudar na reprodução, o que garantiu bons resultados. "Notamos que depois de instalados, logo eles são ocupados pelas araras", disse Neiva. Já os ninhos naturais são encontrados em sua grande maioria em uma única espécie de árvore, o manduvi.
Mas a perpetuação da espécie é um processo lento. A reprodução das araras azuis começa entre 8 e 9 anos de idade com casais fiéis e permanentes por toda a vida. A fêmea coloca em média dois ovos a cada dois anos, mas em geral só um filhote sobrevive. Depois de ficarem três meses no ninho, os filhotes aprendem a voar, porém continuam dependentes da alimentação dos pais até os seis meses. As aves comem castanhas de duas espécies de palmeiras, o acuri e a bocaiuva, cujo projeto também ajuda na preservação.
Só é possível distinguir o macho da fêmea depois da coleta de material genético para análise. Quando adultas, as aves chegam a medir até 1 metro de altura e a pesar 1,3kg.
Quem tiver interesse de participar da preservação das araras azuis pode entrar em contato com o instituto, que aceita doações de dinheiro ou de material e também promove a "adoção" de ninhos e araras. Outras informações podem ser obtidas no site da instituição.
O jornalista viajou a convite da Fundação Toyota do Brasil




Fonte:Terra