Universidade deu cinco minutos de tolerância, mas não foram avistados candidatos atrasados; primeiros a sair disseram que prova estava difícil
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O clima ameno no Rio de Janeiro (até com um pouco de chuva) parece ter feito os candidatos pularem cedo da cama para a segunda etapa do vestibular da Uerj. Ninguém apareceu no portão depois que a sirene tocou às 9h. Mesmo assim, a universidade deu cinco minutos de tolerância para possíveis atrasados. Antes do horário, porém, o burburinho foi grande com a movimentação intensa de candidatos, pais, namorados e professores. Laís Rosa chegou faltando 10 minutos para o portão fechar, mas ainda teve tempo de dar um último abraço em três professores. "É o abraço da esperança", disse a estudante, que tenta uma vaga no curso de Biologia.
Abraço apertado também deu Rosália Ricardo na filha Hanna de Bittar, que está tentando ingressar na Engenharia Elétrica. "Ela perde um pouco na parte de humanas, mas tenho certeza que ela vai bem", declarou a mãe, mais nervosa que a filha, que faz cursinho para o IME e o ITA e já até passou em outra universidade.
Abraço e beijo demorado também deu Bernardo Latini na namorada Alice Santos Lima, que tenta Psicologia. "Dormi muito mal. Acordei às 4h. Agora tudo tem que dar certo, porque já cheguei até aqui", afirmou, lembrando que essa á terceira e última fase da prova, que já teve duas eliminatórias. "Estou muito tensa e o apoio dele é fundamental agora".
Entre últimas consultas no caderno do cursinho e um papo descontraído entre amigos, com direito a frases como "Você não apareceu nunca na aula, mas pelo menos veio ao vestibular", dava para ouvir o conselho ao pé do ouvido de Jorge Nascimento à noiva Daniela Silva. Ela veio de Salvador onde já cursa Odontologia, mas sonha em se mudar para o Rio. "Passei parte da noite anterior estudando, mas dormi bem", garantiu.
Os amigos Bernardo Machado e Ana Luisa Borges conversavam com mais tranquilidade. Concorrentes a uma vaga no curso de Medicina, os dois lembravam os últimos detalhes da prova. Bernardo, que usava uma camisa do Fluminense, time ameaçado de rebaixamento no Brasileirão, chegou a brincar. "A última coisa que quero falar agora é de futebol. Tenho que fazer a prova e esquecer a campanha do time", disse, afirmando estar confiante em passar no vestibular e em ver seu time se salvar do descenso. "Vou usar essa camisa todos os dias até o próximo domingo para ver se dá sorte", brincou.
Somente quando o primeiro candidato deixou o local de provas é que o clima de descontração foi deixado um pouco de lado. Para Lucas Gomes, que ainda está terminando o ensino médio e começou a estudar para valer faz pouco tempo, a prova estava bem difícil. "Ainda assim não tinha nada absurdo", disse o candidato de Engenharia Química. Já Lucas Ribeiro, que fazia para Educação Física, considerou química bem difícil e estava desanimado. "Desta vez não vai dar. Vou partir para uma faculdade particular", declarou.
Fonte:Terra
