Segundo o Sindicato, a falta de efetivo pessoal tem atrasado as entregas; último concurso aconteceu em 2011
Correspondências que antes eram entregues em
dois dias e que agora demoram até duas semanas para chegar no destino.
Essa é a realidade do serviço dos Correios oferecido na Bahia e que deve
piorar, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Correios
e Telégrafos no Estado da Bahia (Sincotelba), Josué Canto, com os
cortes de gastos anunciados pelo governo.
“A entrega tem sido comprometida por falta de
efetivo pessoal. De 2015 para cá, pelo menos dois mil funcionários se
aposentaram e o último concurso aconteceu em 2011. Os cortes anunciados
só vão precarizar ainda mais o serviço oferecido”, afirma Canto.
Na última terça (28), o ministro da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse que a será
preciso fazer “cortes radicais” de gastos nos Correios para evitar a
privatização. Em dezembro do ano passado, o presidente da estatal já
havia anunciado um plano de demissão voluntária para aliviar os cofres
da empresa.
Embora se dizendo contra a privatização, integral ou
parcial dos Correios, o ministro não descartou a adoção da medida, caso
a companhia não consiga equacionar o rombo, que no ano passado ficou em
torno de R$ 2 bilhões, mesma cifra de 2015. "Todo o esforço deve ser
feito para evitar a privatização dos Correios ou de partes dele",
afirmou. "Eu reconheço os cortes de despesas que já foram feitos, mas é
preciso cortar mais. Caso contrário, a empresa vai rumar para a
privatização."
Segundo o presidente dos Correios, Guilherme Campos,
cerca de R$ 1,6 bilhão foi gasto, em 2015, com o plano de saúde dos
empregados. Nos moldes atuais, os Correios arcam com 93% do custo e os
trabalhadores, com 7%. “É impossível manter isso no orçamento da
empresa. A direção não quer acabar com o plano, mas é preciso mudar. O
plano de saúde dos funcionários dos Correios está matando dos Correios”,
disse Campos em audiência pública realizada no Senado.
O presidente do Sincotelba rebate às afirmações de
Campos. "O plano de saúde não custa nem 7% da receita da empresa. O
problema dos Correios está na má gestão, em como o dinheiro está sendo
empregado. A despesa com saúde custava muito menos quando era
administrado pelo próprio RH da empresa. Desde que foi repassado para
uma terceirizada, o valor dobrou", reforça.
Segundo a Assessoria de Comunicação dos Correios,
até o momento, apenas duas agências estão sendo fechadas no estado: a do
Shopping Conquista Sul, em Vitória da Conquista, encerrada no último
dia 20, e a da Base Naval de Aratu, em Salvador, encerrará suas
atividades no dia 31 de maio.
Fonte:Correio da Bahia
