![]() |
| Avenida Garibaldi também alagada (Foto: Leitor CORREIO ) |
Raios deixaram regiões da Paralela e do Costa Azul sem energia elétrica. Pela manhã, Codesal recebeu quase 100 chamados de emergência
A forte chuva que atinge Salvador na manhã desta quinta-feira (30) não é pontual. Um relatório da Defesa Civil de Salvador (Codesal) emitido nesta quarta, ao qual o CORREIO teve acesso, aponta a ocorrência de chuvas intensas, pelo menos, até o final de semana. "A frente fria que se desloca sobre a capital baiana deverá favorecer a ocorrência de chuvas significativas nas próximas 72 horas. Assim, chuvas com intensidades variando de fraca a moderada, por vezes fortes, deverão proporcionar riscos de alagamento em algumas áreas da cidade", aponta o documento. A assessoria de comunicação do órgão ponderou que as chuvas estão em níveis já previstos.
O aguaceiro desta quinta já teve reflexos:
regiões da Avenida Paralela, como no Imbuí, e do Costa Azul ficaram sem
energia elétrica por conta da queda de raios, segundo a Coelba. A
concessionária informou que já tem equipes trabalhando no local, mas não
há previsão de restabelecimento do serviço.
![]() |
| Vasco da Gama exige atenção dos motoristas (Foto: Thais Borges/CORREIO ) |
A caminho do trabalho, a técnica em enfermagem Josefa Souza Costa, 36, saiu de casa por volta de 11h e, ao meio dia, ainda não tinha saído da Pituba, bairro em que mora. "Eu nem sei como lidar com isso. O que devemos fazer é ter tranquilidade e entender que não tem jeito. Salvador é uma cidade verão, todos nós sabemos. A chuva é sinônimo de transtorno", argumenta. Para ela, a solução foi usar aplicativos de celular para desviar de possíveis pontos de alagamento. "Pior do que ficar no engarrafamento é atolar com o carro", conclui.
Já a Codesal recebeu, até as 12h21, 99 solicitações
de emergência, sendo quatro alagamentos de imóvel, três ameaças de
desabamento de imóvel, cinco ameaças de deslizamento de terra, uma
ameaça de queda de árvore, um desabamento de imóvel, um deslizamento de
terra e uma infiltração. Desses 99 registros, 83 foram feitos em duas
horas (entre 10h15 e 12h21). Não há registro de feridos em nenhum dos
chamados. A Codesal está com a Operação Chuva e com reforço nas equipes e
atende 24 horas por dia pelo telefone gratuito 199.
![]() |
| Alagamento em Água de Meninos (Foto: Tailane Muniz/CORREIO ) |
TrânsitoO trânsito ficou bastante congestionado na Avenida Paralela, no sentido Aeroporto. Em um dos acessos do canteiro de obras do metrô, na altura do Imbuí, foi grande o volume de água que saiu do canteiro e alagou a via. A CCR Metrô Bahia negou que tenha ocorrido o rompimento da barreira que protege o canteiro e informou que equipes estão limpando a avenida (imagem abaixo). Apesar do aguaceiro, o trânsito fluía na Paralela, no sentido Centro.
Já na Avenida Vasco do Gama, o alagamento exigiu
atenção dos motoristas, assim como na Garibaldi, onde houve um ponto de
alagamento na altura do monumento a Clériston Andrade. Na Adhemar de
Barros, também em Ondina, estudantes da Universidade Federal da Bahia
precisaram subir nos bancos de parada de ônibus por conta das poças. O
trânsito já estava livre, no final da manhã, nas avenidas Bonocô e
Juracy Magalhães Jr., segundo a Transalvador.
A reportagem do CORREIO percorreu localidades que costumam ser recorrentes em pontos de alagamentos. Em alguns bairros, como Calçada, Largo dos Mares e Água de Meninos, no Comércio, a altura da água impossibilitou o trânsito entre os pedestres. As pessoas tentavam se abrigar sobre os bancos dos pontos de ônibus e embaixo dos viadutos. "A gente se vira como pode, infelizmente ninguém pode deixar de trabalhar por causa de chuva. Mas é crítico, muito crítico", comentou a diarista Maristela Silva, 48, que pediu abrigo dentro de uma banda de revista no Comércio.
A reportagem do CORREIO percorreu localidades que costumam ser recorrentes em pontos de alagamentos. Em alguns bairros, como Calçada, Largo dos Mares e Água de Meninos, no Comércio, a altura da água impossibilitou o trânsito entre os pedestres. As pessoas tentavam se abrigar sobre os bancos dos pontos de ônibus e embaixo dos viadutos. "A gente se vira como pode, infelizmente ninguém pode deixar de trabalhar por causa de chuva. Mas é crítico, muito crítico", comentou a diarista Maristela Silva, 48, que pediu abrigo dentro de uma banda de revista no Comércio.
![]() |
| Alagamento em Água de Meninos (Foto: Tailane Muniz/CORREIO ) |
'Nas mãos de Deus'No
Arraial do Retiro, a comerciante Lina Santana, 38 anos, viu a chuva
diminuir o movimento de seu mercadinho. Quando conversou com o CORREIO, o
estabelecimento estava vazio. “Acho que diminuiu uns 30%. Acho que o
povo está esperando a chuva passar. Foi muita chuva, a cidade toda deve
estar alagada”, afirmou.
Mesmo com o 'cacau' caindo, a vendedora de frutas
Mainara Queiroz, 20, também não desistiu de manter sua banquinha aberta,
na rua. Ela se protegia com o toldo, mas a chuva molhava as frutas e
legumes. “Ninguém quer sair de casa para não se molhar, mas a chuva é de
Deus. A gente não pode reclamar”, dizia.
O vendedor Fernando Rocha, 33, até tentou esperar a
chuva passar para pegar o ônibus. Só que, como o toró não parava, o
jeito foi sair de casa assim mesmo. “Tenho que estar no trabalho, em Pau
da Lima, às 11h. Se o ônibus não atrasar, acho que consigo”, dizia,
esperançoso, pouco antes das 10h.
Ainda no Arraial, a dona de casa Rita de Cássia
Cerqueira, 57, aproveitava para tirar, com ajuda de uma vassoura, a água
que entrava em seu imóvel – onde mora e onde também funciona a oficina
da família. “Quando chove, a gente fica nas mãos de Deus. Tem um córrego
aqui do lado, aí a água invade (as casas) e alaga tudo”.
"Se eu pudesse ficava em casa, mas não teve jeito",
disse a estuda te Ana Paula de Jesus Santos, 17 anos, quando esperava o
ônibus em um o ponto na Estrada Velha do Aeroporto. Ao lado dela, a
secretária Maria de Fátima Viera Melo, 29, era só inquietude. "A chuva
não é a minha aflição. Tenho pavor a relâmpago. Só hoje vi dois
clarões", disse.
Chuva na Bahia
A chuva está sendo provocada por uma frente fria
vinda da região Sul da Bahia, segundo a meteorologista do Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet) em Salvador, Claudia Valéria. O
temporal atinge também todo o Litoral, região Sudeste e Recôncavo da
Bahia. De acordo com Cláudia, Salvador já acumula este mês 123,5
milímetros de chuva, o que está abaixo da média histórica que é de 151,6
milímetros em março.
Fonte:Correio da Bahia



