Entre 2008 e 2014, os indonésios adotaram medidas administrativas e sanitárias impedindo a entrada do frango nacional
A Organização Mundial do Comércio (OMC) condenou as
barreiras impostas pela Indonésia por conta das exportações de frango do
Brasil, considerando as medidas como ilegais e ordenando que Jacarta
retire as barreiras que há quase uma década vinham afetando as vendas do
País. A Indonésia pode ainda recorrer da decisão.
O caso não tem qualquer relação com o atual
escândalo da carne brasileira e a proliferação de medidas protecionistas
pelo mundo. Entre 2008 e 2014, os indonésios adotaram uma série de
medidas administrativas e sanitárias impedindo, na prática, a entrada do
frango nacional. Em 2010, o Brasil chegou a fazer uma proposta para um
acordo. Mas que jamais foi considerada. Os indonésios ainda criaram
regras que vão além das normas que se exige no caso de alimentos para
uma população muçulmana. Para o Brasil, essas regras são injustas e
precisavam acabar.
O setor privado brasileiro é o principal interessado
no processo e considerava a Indonésia como uma nova fronteira para as
exportações nacionais. Os exportadores nacionais consideram que a
produção de carne de frango da Indonésia é insuficiente para abastecer
seu mercado, com números inferiores a 1 milhão de toneladas. Já o
consumo per capita de carne de frango gira em torno de 7,6 quilos por
ano.
Com mais de 250 milhões de habitantes, a Indonésia
tem maioria muçulmana (87%), consumidora de produtos halal - que seguem
diretrizes determinadas pelo islamismo. E o Brasil é, hoje, o maior
produtor e exportador de carne de frango halal do mundo. São quase 1,8
milhão de toneladas exportadas anualmente até 2014.
Por isto, o setor acreditava que o país poderia ser o
principal parceiro de grandes mercados consumidores deste segmento,
como países do Oriente Médio e Ásia.
